sábado, setembro 06, 2008

Soltas





Memórias. Memórias doces, que não passam disso mesmo, são a única coisa que trago comigo. Como estar no verão sentindo frio porém, é como assistir a um filme mudo passivamente.
E nesta minha ausência sarcástica, tenho aprendido em termos de realidade e os seus componentes. Digo sempre isto. Mas agora sei que não liberto o mundo, a fotografar os países menos favorecidos para consciencializar os que deles tiram proveito. Afinal de contas eu, você e todos nós o fazemos. É irónico, mas é a realidade.
Aborreci-me tremendamente de devanear fundo, visto que existem mãos persistentes, ou fios, que me puxam obcecadamente cada vez que tento levitar. Odeio ser demasiado realista como hoje, e apenas ver o que me apresentam como uma peça de uma alegoria.
Talvez derrotista seja o meu adjectivo para hoje. É o que vejo, e é o que me entristece. Nada resiste ao tempo mordaz, ao mapa de cada um, ou seja lá o que lhe chamemos. Quis ser tanta coisa, em tão pouco tempo, tão grande num corpo tão pequeno. Mas impedida de levitar por hoje, é inútil tentar ser alguém demasiado grande, hoje sei exactamente o meu tamanho.
Concretamente, o que vimos e o que julgamos ter, quando pensamos mais de perto e se olhar-mos com atenção já não temos aquilo que julgávamos certo, e será que sempre tivemos? Aplica-se a vários aspectos, mas não falemos de amizade.

domingo, julho 13, 2008

E HoJE,








E hoje descobri como afinal aqueles dias intensos de sol e actividade constante me fizeram feliz, apesar de tantos contratempos e expectativas muitas vezes regressadas a porto, vazias.
Descobri ao encontrar um pequeno tesouro, no fundo do armário, que vou guardar com um alento e um suave sorriso.
E hoje aprendi, mais uma vez que quando a minha essência, verbaliza que o material é solúvel e apenas matéria hipócrita e fria, está tão certa como o céu ser azul. Aprendi isso porque desvendei que o que me fez feliz naqueles dias de tantos anos foi os sorrisos que para mim se abriam, que para mim se voltavam e que incansavelmente nunca abdiquei de os ajudar a florescer. E hoje mesmo não os vendo explícitos percebi que o mérito tinha-me sido finalmente dado com um apenas “Fazes muita falta”.

E tudo o que encontrei, foram sorrisos .

quinta-feira, maio 22, 2008

Talvez amanhã


Desta vez saboreei o caminho que de mês a mês faço ou até de semanas a semanas, uma leve distância, que não me impede de deixar fluir todo o sentimento que há em mim.
Algo em mim, e que desconheço, me diz para mudar de passeio, de rua e ate de travessia. Com as réstias de sol que me clareiam, fico com uma tez dourada e algo alaranjada daquele por do sol tão destinado. Não estou a bambolear como quem vem vencida de uma guerra que sempre que a acha findada, recomeça. Desta vez não.
Venho com esperança, talvez os raios do sol me tenham ajudado, na verdade não sei verdadeiramente quem sou. Sinto-me incógnita comigo mesma, como outrora enquanto olhava para o espelho e desejava que a imagem reflectida nele fosse uma criatura melhor e sem tudo aquilo que repugno num individuo. Assim me sinto, e assim poderia mentir dizendo que estou feliz e conformada com o trilho por onde caminho. Não estou é certo. Mas comigo trago a esperança que já se ausentara a muito tempo de mim.
Quem sou eu? Quem sou eu que me sento no chão do meu quarto, apenas com uma réstia de esperança em mim? Agora revejo palavras, fotografias, gestos, presentes, objectos, cores, cheiros e sabores. Revejo com saudade, mas saudade feliz por ter acontecido tantos momentos como os que já quis esquecer. Por longos ápices viajo por entre ponteiros, números, datas, dias, sítios e pessoas. Tento perceber quem fui para conseguir saber quem sou hoje.
Na verdade sou moldada pelos tempos e pelas pessoas que me esculpem á medida que vou passando por elas e elas por mim. Continuo fora de casa, fora do meu corpo e fora de mim. Continuo, e sei como é grande a minha vontade em permanecer naquele singelo tempo em que tudo era simples como uma boneca de trapos e panelas de plástico com que entretida ficava horas a fio. Uma doce inconsciência que jamais voltará, mas não choro por isso, não choro hoje. Hoje relembro com um sorriso momentos que não só de inconsciência, mas também já de alguma profundidade ocorreram em mim e apenas para mim. Agora sei que tenho que voltar a casa, ao meu corpo e a mim.
E amanhã? Talvez amanhã saberei quem sou.

quinta-feira, maio 01, 2008

Quantas vezes?


Quantos te amaram? Quantos te amaram realmente como disseram te amar? Quantos te odiaram e quantos foram falsos contigo? Quantas mentiras te esfregaram na cara? Quantas vezes choraste por alguem? E te riste de alguém? Quantas vezes fizeste chorar alguém?Quantas vezes te pisaram? Quantas vezes magoaste? E magoada, foste muitas vezes?Qual o numero de vezes que pensaste, e sentiste? Quantas vezes ficaste sem sentir o que paira a' tua volta e focaste um centro? Quantas vezes te perdeste no meio de muitos, desejando SÓ um? Qual foi o maior numero de vezes que o teu coração bateu num segundo? Muitas foram os momento especiais? E as rotinas, quantas foram?Quantas vezes te sentiste realmente viva? Quantas vezes sorriste? Qual foi o numero de vezes que desculpaste? Quantas vezes te desculparam? Quantas vezes gritaste? Quantas vezes quiseste desaparecer e desapareceste? Qual o numero de vezes que desejaste ser invisvel? Quantas vezes compreendeste? E compreendida,foste muitas vezes? Quantas vezes foste iludida? E iludiste? Quantas pessoas estao contigo, e quantas nao estao? E fiel a ti, foste muitas vezes? Quantas vezes quiseste voltar atras? E errar, quantas vezes erraste? Muitas foram as pessoas especiais? E as banais, quantas foram? Quantas vezes te desiludiste? E quntas vezes desiludiste?


Quantos gostaram de ti. Quantos te odiaram. Quantos se marimbaram para ti. Quantos te desejaram. Quantos te acharam maluca. Quantos se riram das tuas piadas. Quantos troceram por ti. Quantos te chamaram nomes feios. Quantos te abraçaram. Quantos de acharam simplesmente patética. Quantos te quiseram matar. Quantos te deram mimos. Quantos festejaram estares viva.



Quantos te acharam a pior pessoa do mundo.



quarta-feira, abril 30, 2008

Caminho de casa


Hoje sentira o quão gostava daquele espaço de tempo que se situa entre a escola e a sua casa. O mesmo caminho que sempre fizera a pé e sozinha, hoje foi visto com outros olhos. Cada pessoa, um mistério, um emaranhar de sentimentos, de culpas, de tempo vivido de mil e uma formas. No fundo desejava ser cada uma delas, tudo menos o que ela mesma é. Tentara sempre ser a menina de que todos esperavam que fosse. Tenta insensatamente ser a mais perfeita possível e o efeito é o contrário. A cada passo que dá, erra. Aquela sensação que lhe rasga o peito, persegue-a.
E todos os erros recônditos algures no fundo do seu mar, surgem á superfície. Mesmo que corra, eles estarão sempre com ela. Nem tudo são coisas menos boas, erros ou farsas. Mas a memória de bons, muito bons momentos fazem com que sofra mais do que os erros e disfarces por quais sempre tivera que passar. Nada lhe dói e rasga mais o peito, do que a lembrança de velhos sorrisos, de como se sentira bem, como acordara ditando pequenas melodias ao vento. Tudo lhe aparenta ser uma estrada única e afunilada sem saída e sempre a direito. Ao caminhar, fugitiva, vai perdendo também as esperanças que tem, que naquele caminho se desatem novas portas para novos sentidos e rumos. Sente-se pequena e frágil, vulnerável a um mundo gigante e frio que lhe congela as mãos. Aquelas que tanto calor já souberam dar a outras. Aquelas que por mero carinho já deram um sorriso. Ela sabe, sabe que não poderá jamais voltar para trás e que, perfeita nunca será.
Hoje : Frágil

sábado, abril 26, 2008

Soltas



Por momentos consigo ficar muda de tal maneira, que saboreio a minha dor em silêncio. Ela é tão forte, tão intensa que me aferrolha a boca, atabafara-me as palavras completas e todas as construções frásicas. Só consigo fazer com que chova e troveje. Só consigo visionar o que foi e não o que é ou ter apenas esperanças para o que vai ser.
Acorrentada e muda só sei descrever o que sinto por palavras soltas:

Dói
Desilusões
Pessoas
Passado
Nunca
Esperança
Ser
Sentir
Compreenderem-me
Medo
Futuro
Ver-te
Invisível
Felicidade
Amor
Chorar
Aperto
Sofrer
Talvez
Ontem
Voltar
Pertencer
Errar
Sem sentido
Ter
Não devia
Ser feliz
Sozinha
Piano
Ser forte
Conseguir




hOje estou: Desiludida comigo mesma :(

Miss invisible