Memórias. Memórias doces, que não passam disso mesmo, são a única coisa que trago comigo. Como estar no verão sentindo frio porém, é como assistir a um filme mudo passivamente.
E nesta minha ausência sarcástica, tenho aprendido em termos de realidade e os seus componentes. Digo sempre isto. Mas agora sei que não liberto o mundo, a fotografar os países menos favorecidos para consciencializar os que deles tiram proveito. Afinal de contas eu, você e todos nós o fazemos. É irónico, mas é a realidade.
Aborreci-me tremendamente de devanear fundo, visto que existem mãos persistentes, ou fios, que me puxam obcecadamente cada vez que tento levitar. Odeio ser demasiado realista como hoje, e apenas ver o que me apresentam como uma peça de uma alegoria.
Talvez derrotista seja o meu adjectivo para hoje. É o que vejo, e é o que me entristece. Nada resiste ao tempo mordaz, ao mapa de cada um, ou seja lá o que lhe chamemos. Quis ser tanta coisa, em tão pouco tempo, tão grande num corpo tão pequeno. Mas impedida de levitar por hoje, é inútil tentar ser alguém demasiado grande, hoje sei exactamente o meu tamanho.
Concretamente, o que vimos e o que julgamos ter, quando pensamos mais de perto e se olhar-mos com atenção já não temos aquilo que julgávamos certo, e será que sempre tivemos? Aplica-se a vários aspectos, mas não falemos de amizade.